O Setembro Amarelo, é um farol que nos guia todos os anos, através de ações de prevenção, visando trazer (às nossas comunidades) um assunto que merece todo o respeito e atenção (mas por vezes, tabu). É mais do que um mês: é uma missão que apela a todos nós, criando uma “onda” de suporte, acolhimento, informações concretas e de caminhos de tratamento a todos que, sentem necessidade de “procurar ajuda”. Para conhecer melhor este tema, vamos entender a sua simbologia e dar as chaves de acesso a mais conhecimentos, para se guiar no seu caminho de autoconhecimento ou na consciencialização da temática, em busca de uma melhor versão da sua saúde mental (e dos outros).
O Significado Por Trás do Setembro Amarelo: A Esperança Numa Cor e a Unidade de Uma Campanha Global
O mês de setembro, surge como alusão ao dia Mundial da Prevenção do Suicídio (que acontece dia 10) e simboliza a vida (tal como a cor amarela). Esta campanha visa, (não só nesse dia como em todo o mês) a diminuição do estigma da saúde mental que tantos receios geram em tantas pessoas, e de toda a problemáticas (e receios associados) ao suicídio. É também uma “onda” (positiva e acessível para todos) a favor do incentivo da comunicação aberta sobre a temática, (sem culpas ou vergonhas), bem como para o apoio concreto para quem se identifique e precise de suporte (psicológico, emocional, ou mesmo psiquiátrico). É tempo de reconhecer, em todo o globo, que, uma em cada cinco pessoas são afetadas pela depressão, ansiedade ou outros distúrbios do foro psicológico e psiquiátrico, em algum momento da sua vida. É tempo de reconhecer que esta é uma questão que a todos concerne!
A Importância Crucial do Pedido de Ajuda: O Primeiro Passo Rumo à Cura e Recuperação da Saúde Mental
É imperativo perceber que, pedir ajuda é, mais do que coragem, uma grande demonstração de autoconsciência e da importância da valorização da sua vida! Grande parte das pessoas que nutrem sentimentos e pensamentos suicidas sentem solidão e falta de perspetivas (com o pensamento distorcido, que não existe um caminho para o fim do sofrimento) isolando-se muitas vezes, nas suas próprias emoções. Criar este contacto de partilha, e promover o apoio emocional torna-se assim imprescindível e parte de uma corrente do bem, dando as condições ideais, de conforto e aceitação. A consciencialização da problemática, o primeiro passo que tem que tomar na sua jornada (e nas dos outros também!)
É fundamental que profissionais da área como psicólogos, psiquiatras, e mesmo outros profissionais (presentes também no CVV), com o apoio da sociedade civil (família, amigos, etc..) tenham a escuta e os instrumentos necessarios para dar todo o apoio que necessita. Lembre-se, o sofrimento tem solução!
As diversas abordagens psicoterapêuticas como a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), tem provado a sua eficácia no tratamento do quadro do suicídio e os sintomas associados (APA, 2019), nomeadamente quando o doente cria, ao longo do processo, uma grande capacidade de “resiliência”, em todos os níveis do sofrimento (e na compreensão dos ciclos e hábitos autodestrutivos, aprendendo a quebrá-los ou geri-los da melhor forma possível).
O papel de todos (família, amigos, comunidades) é fundamental neste momento. Ao promover redes de apoio, com base na segurança, atenção, acolhimento e escuta ativa, criam-se elos que promovem uma mudança para um bem-estar mais sustentável (principalmente quem vive o risco da ideação e comportamento suicida).
Reconhecer e Identificar os Sinais de Alerta: A Prevenção Começa com a Informação e uma Escuta atenta
Uma forma de agir é através da informação: ter consciência sobre o tema ajuda na prevenção e pode salvar vidas! Identificar, (o mais cedo possível), alguns sinais pode fazer toda a diferença no processo de encaminhamento, tratamento, e prevenção. Estes sintomas são:
- Alterações Comportamentais: As mudanças nos seus hábitos devem-lhe dar que pensar e aspetos como a solidão, (a falta de vontade de interagir com outros), a apatia (perda de interesse em fazer aquilo que gostava) a alteração da aparência (perder os cuidados pessoais), a aumentar a ingestão de álcool (ou drogas), servem de alertas importantes.
- Expressões verbais que despertam alarme: A manifestação e exposição (muitas vezes diretas), a ideia de querer morrer, ou frases e ideias do tipo “sou um peso para os outros”, o sentimento da desesperança na vida, devem ser interpretados (para além da manifestação direta do seu sofrimento) como sinais de alerta que merecem (sem exceção) a maior das suas atenções.
- A sua saúde mental (sintomas de sofrimento emocional): Estar atento a si e ao próximo passa por um “check-up” e a tristezas muito fortes, sentimentos de revolta (irritabilidade), excesso de ansiedade e o choro “do nada”, com muita frequência. Estas mudanças repentinas podem significar sofrimento profundo.
- Alteração no sono e na alimentação: Estar atento a mudanças extremas nos padrões de sono (dormir demais, não dormir, insónias frequentes, pesadelos) e alterações de apetite (excesso de apetite ou perda total de vontade em comer), dão também alertas relevantes no seu estado de espírito (que, nem sempre, associamos).
A Nossa Missão é o Cuidado: Somos Parte da Solução e Podemos Mudar O Mundo Para Melhor
Não espere pelo amanhã, porque este também se pode tornar tarde demais. Devemos todos ter mais visibilidade, consciencialização sobre os temas da saúde mental e demonstrar sempre disponibilidade e escuta atenta para todos os que (mesmo em silêncio) necessitem da nossa empatia, atenção e o incentivo de uma mudança. Promova o bem, partilhe (e incentive outros) ao bem, oferecendo conforto sem julgar ou criar estigma e vergonha. Os momentos em que temos mais consciência de nós próprios e da nossa fragilidade, podem também ser os mais transformadores em termos de consciência e compaixão para com os que estão perto (e longe, ao mesmo tempo). A mudança começa por si, o que está a fazer, HOJE (aqui, neste preciso momento)?
Procure Ajuda Profissional: Cuide da Sua Mente e da Sua Vida!
O Setembro Amarelo é, por si só, um incentivo para que possa entrar em contacto (sem medo ou reservas) com uma rede de apoio especializado, dando início à recuperação da sua saúde mental (e das pessoas que ama, claro). Os dados científicos, por si só, comprovam (sem margem para dúvidas) a importância de um cuidado com a mente para uma vida mais plena. Através do apoio psicológico e/ou psiquiátrico a sua vida pode ser, não apenas melhorada, como salva.
Lembre-se sempre: pedir ajuda é a sua forma mais nobre de valorização pessoal (é a coragem da vulnerabilidade a brilhar dentro de si)! Não espere para agir… faça-o AGORA. Entre em contacto e construa o seu caminho rumo a uma vida com mais cor, felicidade e esperança.